O promotor Cláudio Soeiro, que é coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público do Piauí, detalhou em entrevista a um canal de televisão de Teresina como funcionava o suposto esquema de desvios de recursos públicos no município de Cajueiro da Praia.
Ele explicou que empresas ligadas ao prefeito Felipe de Carvalho estariam recebendo valores da empresa de iluminação pública da cidade. O gestor nega a participação (veja nota ao fim da reportagem).
” A prefeitura pagava a empresa pelo contrato de iluminação pública. Ela prestava esse serviço de iluminação pública para o município. A prefeitura pagava e parte desse recurso público utilizado para pagamento voltava para o gestor e seus familiares ou empresas ligadas a ele. Ou por um uma interposta pessoa, pessoa física que recebia a transferência, depois repassava pra alguma empresa da família ou pra ou pra própria familiar do gestor. Ou então às vezes a pessoa recebia esse familiar receber diretamente também da empresa”, explicou o promotor.
A 2ª Fase da Operação Volt, deflagrada na manhã desta terça-feira (06), apura desvios de recursos públicos e cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Luís Correia, Parnaíba e Cajueiro da Praia.
O Gaeco apontou ainda que os desvios estariam sendo feitos através de condutas criminosas, como fraude à licitação, peculato-desvio, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A operação também contou com o apoio da Polícia Civil, Polícia Militar e Tribunal de Contas do Estado.
Em nota, a prefeitura de Cajueiro da Praia informou que não possui vínculo com a empresa de iluminação pública alvo da busca desde janeiro de 2024. Também destacou que não existe ilegalidade e criticou a realização da operação em época antecedente ao período eleitoral.
Confira a nota da prefeitura de Cajueiro da Praia na íntegra:
A Prefeitura de Cajueiro da Praia vem informar que não possui vínculo com a empresa de iluminação pública alvo da busca e operação desde janeiro de 2024. Desde fevereiro de 2024, prestou todas as informações ao Tribunal d e Contas do Estado a respeito desta relação contratual, reafirmando seu compromisso com as boas práticas da administração pública, sendo que continuará colaborando com os órgãos de controle a respeito do caso, estando à disposição para cooperar integralmente com as investigações.
Esclarece que os autos do caso ainda não foram disponibilizados, não havendo qualquer denúncia formalizada contra o atual gestor do Município, sendo prematura qualquer afirmação, principalmente por parte de quem tem o dever de acusar, sobre um caso que está em fase de investigação e que trata de situações ocorridas há muito tempo, sem que haja conhecimento de nenhuma prova concreta de qualquer ilegalidade, sendo incomum a demora dos órgãos responsáveis para agir, a respeito de uma situação de 2022, escolhendo este momento prévio às eleições municipais para a realização da operação, de forma que prestará maiores informações sobre o caso após a disponibilização dos autos.
Por fim, informa ter havido diversas ilegalidades perpetradas pelas autoridades responsáveis pelos procedimentos executados nesta data e que todos serão levados às instâncias devidas.