A Procuradoria Geral de Justiça afastou de suas atividades o promotor Maurício Verdejo que é suspeito de praticar extorsão contra um empresário piauiense. A PGJ acatou a determinação do corregedor nacional do Ministério Público (CNMP), conselheiro Ângelo Fabiano Farias da Costa.
O CNMP determinou o afastamento do investigado das suas funções pelo prazo de 90 dias e a proibição de seu acesso, até outra deliberação, a qualquer dos prédios e instalações do MPPI, exceto para participação em atos instrutórios determinados pela PGJ ou pela Corregedoria-Geral.
Maurício Verdejo, que é da 6ª Promotoria de Picos, foi alvo da operação “Iscariotes” após o empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa denunciar que o promotor por extorsão, a qual garantia “paz” e que facilitaria a vida do empresário junto à investigação criminal na comarca de Picos. Segundo Junno Pinheiro, o promotor solicitou o pagamento de R$ 3 milhões para sustar o processo criminal.
O subprocurador Geral de Justiça, João Malato, confirmou ao Cidadeverde.com que solicitou ao Tribunal de Justiça a prisão do promotor. Como Maurício Verdejo tem foro privilegiado por prerrogativa de função é necessário de autorização do Tribunal de Justiça. O desembargador Ricardo Gentil Eulálio é quem analisa o pedido de prisão.
João Malato confirmou também que solicitou o afastamento do promotor de suas atividades até a conclusão do inquérito.
“Solicitamos a prisão do promotor, o processo está sob sigilo e não posso dá detalhes, agora é aguardar uma decisão do Tribunal de Justiça”, disse o subprocurador.
João Malato classificou como “vergonhoso”, “acinte” contra a instituição as graves acusações contra o promotor Maurício Verdejo.
“Que haja uma punição exemplar e todos os esforços serão feitos para que isso não ocorra na instituição. O promotor será processado e se for condenado haverá a perda do cargo”, disse o subprocurador.
Veja nota do MPPI na íntegra:
O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e da Corregedoria-Geral, está atuando em conjunto com a Corregedoria Nacional do Ministério Público para adoção de providências relativas à Operação Iscariotes, deflagrada em desfavor de promotor de Justiça investigado por recebimento de vantagem indevida para arquivar procedimento investigatório criminal.
O Conselho Nacional do Ministério Público instaurou reclamação disciplinar contra o promotor de Justiça. Em decisão proferida nessa quinta-feira, 08 de agosto, o corregedor nacional do Ministério Público, conselheiro Ângelo Fabiano Farias da Costa, determinou o afastamento do investigado das suas funções pelo prazo de 90 dias e a proibição de seu acesso, até outra deliberação, a qualquer dos prédios e instalações do MPPI, exceto para participação em atos instrutórios determinados pela PGJ ou pela Corregedoria-Geral.
A Corregedoria-Geral do MPPI realizará correição extraordinária na Promotoria de Justiça titularizada pelo investigado e em outras Promotorias em que tenha oficiado nos últimos anos.
Todas as medidas constantes na decisão do CNMP foram prontamente cumpridas pelo MPPI, sem prejuízo das investigações criminais já em curso no âmbito desta instituição. O MPPI reafirma o compromisso com a aplicação da lei, o esclarecimento dos fatos e a apuração de responsabilidades.