Quando as investigações iniciaram, descobriram um terreno de três hectares, na beira da praia de Barra Grande, que foi negociado em 2018, com a possuidora originária, por R$ 18 mil, e um terço dele foi vendido posteriormente por R$ 1,5 milhão.
Terrenos comprados por R$ 18 mil foram vendidos por R$ 1,5 milhão à beira mar em Barra Grande, considerada a “nova Jeri”, no litoral do Piauí. Em entrevista ao g1, o delegado Eduardo Monteiro, da Polícia Federal, explicou na sexta (7) como aconteciam as fraudes em Cajueiro da Praia, litoral do estado, investigadas na Operação Tratado de Tordesilhas 1 e 2. De acordo com ele, seis pessoas ligadas diretamente à Prefeitura Municipal estão envolvidas.
A investigação faz parte da Operação Tratado de Tordesilhas 2, que cumpriu 14 mandados contra servidores públicos, de cartórios e empresários na quinta-feira (6) em quatro cidades do Piauí. Os alvos são suspeitos de fraudar posse de terras da União, na beira das praias.
A Polícia Federal descobriu que a empresa responsável pelo programa de reurbanização do município, vinculada à Prefeitura de Cajueiro da Praia, fraudava documentos para vender os terrenos “regularizados” para outras empresas com interesses imobiliários. Na teoria, a empresa iria regularizar a situação de moradia de nativos.
“Para que o programa de reurbanização fosse efetivamente aplicado, precisava que fosse um terreno antigo na posse de uma determinada pessoa, então eles costumavam usar nativos. Assim, conseguiam documentação para forjar um contrato de compra e venda e a legitimar a posse e propriedade daquele terreno que antes pertencia a União”, explicou o delegado Eduardo Monteiro