“Muitos já tombaram antes de mim. E eu também vou tombar, mas vou tombar com orgulho e dizer: eu fiz a defesa da vida nos territórios. De enfrentar bala, de enfrentar seja quem quer que seja. Se eu defendo vida, eu não posso ter outro vocabulário”
As palavras firmes são de Dona Celeste, (na foto ao centro com a bandeira do movimento) uma das pescadoras mais antigas do litoral piauiense. Uma mulher de olhar forte, corpo franzino e palavras certeiras. Prestes a completar 70 anos, é uma das lideranças mais ativas do movimento das pescadoras e pescadores artesanais do Piauí.
Foi com esse grito de força e resistência, que um grupo de mais de 100 pescadores e pescadoras iniciaram o Seminário “Transição Energética e os Impactos das Renováveis nas Comunidades Tradicionais Pesqueiras: Maranhão, Ceará e Piauí”, na Praia da Pedra do Sal, em Parnaíba, litoral do Piauí.
O evento, organizado pelo Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) dos Regionais do Ceará/Piauí, Maranhão e o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP, teve início na última terça-feira (28) e encerrou na quinta-feira (31).
O foco do seminário foi debater coletivamente sobre os impactos dos empreendimentos de energias renováveis nas comunidades tradicionais pesqueiras dos três estados e construir estratégias de resistências a partir das comunidades.