O Governo do Estado do Piauí, anunciou na manhã desta quarta (10) que está em discussões com a mineradora Lion Mining, localizada em Piripiri (PI), e a empresa asiática Rocktree Logistics para a realização da primeira operação de minério de ferro via “transshipment” no Porto de Luís Correia, ainda em 2024.
O modelo de operação “transshipment” é amplamente utilizado no Brasil em portos como o de Santos e de Santarém no Pará. Os aeroportos de Guarulhos e Viracopos também utilizam o método A operação teste consiste em transferir a mercadoria de um barco menor para um navio maior, em alto mar, trazendo agilidade e segurança na primeira operação do porto piauiense.
Em março deste ano, em missão internacional em Singapura, a Investe Piauí e a Rocktree Logistics assinaram memorando de entendimento (MoU). Desde então, a empresa asiática tem discutido a realização de transferência de cargas em alto mar no Piauí. Esse trabalho possibilitaria que, mesmo em um porto com um calado menor, as operações aconteçam e sejam mais rápidas.
Simultaneamente, a CIA Porto Piauí tem realizado reuniões e visitas à mineradora de Piripiri em planejamento para as primeiras operações do Porto Piauí. A presidente da companhia, Maria Cristina Araújo, aponta que a realização da operação já é viável, dependendo apenas de questões burocráticas para que ocorra.
“Toda operação portuária não demanda apenas do nosso interesse, mas também de autorizações de órgãos parceiros e fiscalizadores, como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Marinha do Brasil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Receita Federal e afins. Temos tratativas diárias com todos para que essa operação teste possa acontecer em breve”, destacou a gestora.
Ainda segundo a presidente do Porto Piauí, a operação teste teria uma duração de seis meses, em que, ao longo desse período, ajustes seriam feitos a partir das recomendações dos órgãos fiscalizadores. “Seria um período para implementar e melhorar a operação. Dessa forma, quando tivermos todas as licenças definitivas, todos esses ajustes já teriam sido feitos e estaremos de acordo com as autoridades portuárias”, explicou Maria Cristina.
O diretor-geral da Lion Mining, Jader Fernandes, destacou a importância do Porto Piauí e da viabilização da operação de transshipment para a empresa e para o desenvolvimento do estado. “Esse porto representa muito para nós e para o Piauí. Ainda temos muitas cargas sendo escoadas por meio de portos vizinhos, o que gera mais custos aos produtores. Sendo assim, fica mais difícil empreender, crescer e contratar funcionários. O transshipment é algo que desejamos muito, pois viabilizaria mais operações, mercados, fretes mais baratos e uma maior margem de lucro. Sem dúvida, o nosso porto impactará em uma grande mudança socioeconômica no estado”, destacou o gestor.