Uma das minhas lembranças mais que inesquecíveis da infância puxando a memória nestes dias, foi certamente os banhos de chuva. Os meninos da atualidade, se é que existem ainda existem meninos, nunca vão ter essse privilégio de lembrar um minuto que seja, o que foi ou o que seja um banho de chuva. Principalmente naquelas situações inesperadas como na volta da escola ou na volta de uma missão pra dentro de casa e somos pegos de surpresa.
Na volta da escola era só colocar os livros e cadernos por debaixo da camisa, como se fosse adiantar alguma coisa e cair na água. E aqueles pingos caindo na cara da gente e a gente dndo uma de valente, saía pela rua chuntando alguma capemba de coco, uma lata de sardinha enferrujada, um saco de papel.
Aquilo era um momento da mais pura liberdade. Alguns mais afoitos saindo na frente, aos gritos, chamando os companheiros, porque o importante era chagar em casa e tirar aquela roupa molhada, de preferência longe da vilgalância extrema de nossas mães.
Os meninos de hoje, mais parecidos com animais doentes, nunca vão saber o que foi e o que é um banho de chuva. Aquela alegria de não se importar com coisa nunhuma, de não ter rumo, nada de hora de voltar pra casa Porque hoje tudo chama doença, tudo faz mal. talvez seja por isso que o mundo já não é o mesmo. Pouco chove, faz calor, queima tudo, Eu acho até que dentro da cadeia de animais em risco de extinção, certamente estão os meninos!