Eu sou do tempo
do rádio de pilha,
da casa de taipa,
do pote de barro.
Eu sou do tempo
do café no bule,
do fogão a lenha,
da cama de vara.
Eu sou do tempo
do colchão de palha,
do ferro de brasa,
do carrinho de mão.
O que tem hoje
naquele tempo não havia,
naquele tempo
eu fui feliz e não sabia.
Valdir Barreto Ramos, poeta, romancista, militar aposentado da Marinha do Brasil, residente em Niterói no Rio de Janeiro.